18 dezembro 2006

Quem é este homem?

Há muito tempo atrás
Num lugar longe daqui
Nasceu um homem
Que dividiu a história

Uma pessoa normal
Como eu e você
Mas havia algo nele
Que ninguém pôde entender

Um homem simples, humilde
Cheio de compaixão
Com um discurso tranqüilo
Ensinava pelas ruas
Causando agitação

Alguns chamavam de sábio
Alguns chamavam de louco
Como teria sido ouvir ele pregar
Será que eu, como Zaqueu,
o aceitaria pra jantar
Ou como o jovem rico
Simplesmente o iria abandonar.

Era mentiroso, um louco,
Ou filho de Deus?
Nasceu num estábulo
E morreu na cruz.
Quem é este homem
chamado Jesus?

12 dezembro 2006

De volta pra casa ...

Todas as pessoas, em algum momento da sua vida, ja sentiram saudade. Ouvindo uma música antiga, revendo um filme há muito esquecido, pensando em alguém que já não está mais ao seu lado, surge repentinamente aquele frio na barriga, um aperto no peito, uma falta de ar. Parece que voltamos no tempo. Lembramos até dos detalhes de acontecimentos marcantes. O cheiro de um perfume, a cor de uma roupa, frases que estavam guardadas lá no fundo, no porão da nossa alma. A saudade é um sentimento estranho e difícil de se descrever. Ela vem de repente e quando vemos estamos totalmente tomados.
Tenho experimentado, por toda a minha vida, um anseio, uma saudade que não sei bem explicar. Vontade de voltar a algum lugar, onde este anseio seria saciado; estar com alguém que complete de uma vez por todas a minha vida. Porém, nenhuma experiência que vivi até hoje foi capaz de me satisfazer. Como disse C. S. Lewis: "Portanto, se encontro em mim uma aspiração que nenhuma experiência deste mundo é capaz de satisfazer, a explicação mais plausível é que fui feito para um outro mundo".
Agora entendo o que o apóstolo Pedro quiz dizer quando escreveu que somos peregrinos e forasteiros neste mundo. Mesmo depois de escolher viver para Deus, este anseio não é completamente saciado. "Nós temos muita diversão e algum êxtase", escreve Lewis, mas eles jamais chegam a satisfazer a nossa nostalgia.
Outra coisa que aprendo disto, é que nehum outro prazer da Terra poderia satisfazer ou substituir a necessidade e o desejo que temos de nos relacionar com nosso criador. Deus reserva para nós, diz Lewis, " a felicidade definitiva e a segurança que todos desejamos". Do contrário, nós pensaríamos que esse mundo é o nosso lar, e não um lugar em que nos enontramos de passagem. Ele escreve que o Criador "refresca a nossa peregrinação com algumas hospedarias agradáveis, mas jamais nos encoraja a tomá-las erroneamente como nosso lar".
Encerro citando, novamente, Lewis: "E se é assim, tenho de tomar cuidado, por um lado, para não desprezar essas bençãos terrenas nem mostrar-me desagradecido por elas; e, por outro, para não as confundir com esses outros bens dos quais são apenas uma espécie de cópia, de eco ou de miragem. Tenho de manter bem vivo no meu íntimo a nostalgia de minha verdadeira pátria, a que só chegarei depois da morte. Não devo deixar que esse desejo seja soterrado pelo gelo nem emborcado pelo vento. O objetivo central da minha vida deve ser avançar rapidamente no encalço desse outro mundo, e ajudar os outros a fazer o mesmo".
Descobri, então, que a minha saudade é apenas a vontade de voltar para a minha verdadeira casa.
"Na casa de meu Pai há muitas moradas ...."
Evangelho de João 14.2

07 dezembro 2006

Inscrição para um portão de cemitério

Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"

Mário Quintana

01 dezembro 2006

Olhos Abertos

A cada novo dia
Em cada estação
Sua glória é manifesta
Através da criação

Esculpiu o universo
Com lixa, lima e formão
Projetou cada detalhe
Tal um hábil artesão

Abre meus olhos
Para te ver, Senhor
Nas obras de tuas mãos
O que é importante
É invisível aos olhos
Só se vê com o coração